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O nascimento dos heróis e das heroínas

Oi, pessoal! Aqui quem fala hoje com vocês é o Du Coleone novamente, roteirista do Coleira juntamente com o Gabe, que também dá forma ao nosso herói.

E eu confesso para vocês que esse papo de herói deu muito o que falar em nossas conversas ao longo dos anos, sabiam? Do Hulk ao Chapolin Colorado, Gabe e eu já bebemos muitas xícaras de café tagarelando sobre centenas deles e de suas aventuras em gibis, revistas, animações, desenhos e filmes. Há aqueles que têm superpoderes inatos, outros que morrem e renascem, alguns mais que aproveitam toda a tecnologia a seu favor e alguns que se valem de sua esperteza e sagacidade para tentarem mudar o rumo ruim de algumas coisas.

Entre um café e outro, em um papo bem descontraído há alguns anos, Gabe e eu fazíamos perguntas aleatórias sobre heróis: será que eles são totalmente bons ou têm sua pitadinha de defeitos? Será que estão prontos ou estão sempre em construção, assim como nós parecemos ser? Será que é preciso ter características muito especiais recebidas como um presente para que alguém seja um herói ou basta uma capa e alguma coragem? Cada pergunta de um recebia o comentário do outro e assim seguimos papeando, sem sabermos que dávamos ali origem ao Coleira. Enquanto a gente proseava de um lado da rua, do outro lado dela um senhor de barbas longas, calça velha e chinelo de dedo apanhava latas de metal na rua e as colocava em um imenso saco de estopa, todas devidamente amassadas com golpes certeiros da sua surpreendentemente forte perna direita. Reparamos ao mesmo tempo, Gabe e eu, que sua camiseta surrada trazia um desenho do Capitão Planeta, aquele herói dos desenhos que sempre aparece a partir da união dos poderes de cinco jovens protetores. Juntos, Gabe e eu soltamos: “pela união de seus poderes, eu sou o Capitão Planeta”. Rimos em seguida e nos entendemos pelos olhares. Acho que aprendemos um pouco mais naquele momento o que faz um herói de verdade.

E para terminar a sessão nostalgia de hoje, lembro de uma crônica que escrevi há algum tempo sobre as mulheres e todas as dificuldades pelas quais elas passam há muito tempo, principalmente em algumas sociedades mais machistas, como a nossa. Quase todos os dias elas precisam ser heroínas, pois as situações que se impõem ao sexo feminino passam longe de ser simples, não é mesmo? Na nossa história, vocês terão o prazer de conhecer uma mulher especialíssima, a Joana, uma talentosa, doce e amiga veterinária, que vai cuidar dos bichinhos de uma maneira muito dedicada e (por que não?) heroica. Até lá, Gabe e eu seguimos conversando e tentando ampliar os nossos horizontes sobre o que é ser um herói, enquanto contamos a história do Coleira para vocês. Por hoje, vou ficando por aqui. E deixo para vocês a ilustração lindíssima que o Gabe fez especialmente para aquela crônica. Quem de vocês conhece um herói ou uma heroína? Quem de vocês já foi ou é assim também? Abraços quentes, ainda cheios de álcool em gel. Até a próxima!

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Trabalhe com quem você admira

Para contar a história de hoje, precisamos voltar alguns anos no tempo. E eu também preciso me apresentar a vocês: sou o Du Coleone, a outra cabeça por trás da criação do Coleira. Além de professor, radialista, escritor e músico, por ser amigo do Gabe, também sou roteirista de histórias em quadrinhos, atividade que tem me encantado e causado grandes emoções nos últimos tempos. Mas como eu disse agora há pouco, antes de chegarmos ao Coleira, é preciso viajarmos ao passado.

Há muitos anos, quase duas décadas atrás, quando escrevi o meu primeiro livro, chamado ABRIL, convidei o Gabe para criar uma ilustração para cada um dos trinta contos que compunham aquela obra. Já éramos bons amigos e eu obviamente já conhecia o seu enorme talento como um artista que ainda se descobria. O resultado foi incrível. Assim, seguimos tomando muitos cafés, elaborando diversos projetos e conversando sobre os nossos cães, gatos e crescia dia após dia a nossa preocupação conjunta com os amigos de pelo.

Mudamos de empregos, trocamos de cidades, ficamos ora mais próximos, ora mais distantes fisicamente. O que nunca mudou foi a nossa amizade, nossa proximidade afetiva e as nossas preferências comuns: música, literatura, animais, cinema, histórias em quadrinhos, visão de mundo. Em uma dessas deliciosas conversas regadas a café e muito bom humor, surgiu o projeto de um livro de crônicas, que está pronto e deve sair em breve. Nele, eu escrevia os textos a partir de uma conversa preliminar que tínhamos acerca dos assuntos mais importantes daquela semana. O Gabe, por sua vez, fazia a ilustração também partindo dos temas presentes em nosso papo e das músicas que, invariavelmente, eu cito nessas produções.

Em um desses textos, o grande assunto foi a minha maior produção nessa vida, a minha filha Aila. A grande questão que Gabe e eu discutimos naquela semana foi a seguinte: eu havia me preparado tanto para entregar uma boa pessoa ao mundo, mas que mundo eu estava entregando a essa pessoa tão imprescindível na minha vida? Para esse texto que tanto me orgulho de ter produzido, o Gabe criou essa arte sensacional. O que vocês acham? Vamos entregar um mundo bem legal para essa molecada linda que vem vindo aí, pessoal?

Mas está bom por hoje, né? Semana que vem tem mais história e logo a gente chega no Coleira! Beijos, abraços e apertos de mão cheios de amor e álcool em gel!

Du Coleone