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História

Tesouros

Como eu já contei em posts passados, a história do Coleira começou há bastante tempo, por volta de seis anos atrás. Na época eu tinha acabado de me reencontrar com os quadrinhos e estava empolgadíssimo com a ideia de publicar uma história minha.

Nessa época eu tinha dois cadernos de rascunhos: um pautado para textos e outro para desenho. Dependendo do meu humor e inspiração do dia, eu pegava um deles e escrevia ou desenhava. Era uma espécie de terapia, e ao mesmo tempo um exercício de criatividade.

E foi em uma dessas “sessões” que o Coleira apareceu. Na época, ainda com o nome prévio de “Vira-Lata”, o nosso herói surgiu em tom de piada. Lembro de ter feito esse primeiro desenho tendo como inspiração os dançarinos da Carreta Furação, que era um meme de sucesso na época. Na ideia original, Rui seria um desses dançarinos vestido de personagens famosos em fantasias de baixo orçamento, que defenderia os animais nas horas vagas. No melhor estilo Chapolin Colorado, com humor pastelão e tudo mais, com direito à cabeça da fantasia girando e deixando o herói “cego” durante a luta.

Primeira versão da história do Coleira.

Mas desde o começo eu costumo dizer que o Coleira teve vida própria. Essa ideia inicial me empolgou bastante, e eu mudei de caderno, passando para escrever a história nas folhas pautadas. E ali a história tomou ares mais sérios, uma vez que a questão dos maus tratos aos animais merecia esse tom. Nessa versão prévia do roteiro, que vocês podem conferir na imagem, ele já aparece rebatizado (depois da contribuição crucial do meu querido Coleone) e alguns elementos principais da história também são diferente: os três animais já estão ali, mas são todos cães. A terrier deu lugar ao gato Raul, o buldogue acabou mudando de lado e se transformou no pitbull Carrasco, enquanto a fiel escudeira Rita praticamente só mudou de nome. Também haviam elementos da história pregressa do protagonistas que foram omitidas, pelo menos por enquanto, em virtude do fluxo da narrativa.

O fato é que, encontrar esses manuscritos e lembrar de como essa história começou me deu um gás tremendo pra continuar desenvolvendo esse projeto, que tem um lugar gigantesco dentro do meu coração.

Gabe Teixeira