Na última quinta-feira, dia 11/03 de 2021, tive a oportunidade de conhecer o Canil Municipal da cidade onde moro atualmente, Iracemápolis, no interior de São Paulo. A visita foi conseguida e acompanhada pela Secretária de Cultura local Dalila, a quem eu agradeço imensamente por todo o apoio que tem dado a esse projeto =)
Chegando lá fomos muito bem recebidos pelo veterinário responsável demais funcionários. Fiquei impressionado com a organização do local, mas especialmente com o amor e dedicação de todos ali pelos animais que são resgatados. Ao contrário de outros canis municipais que tive a oportunidade de conhecer, esse tinha um clima diferente. Os animais não estavam ali confinados, largados à própria sorte, esperando o dia de serem adotados ou pior, sacrificados. Eles conviviam muito bem entre si (a grande maioria, pelo menos), tinham áreas de lazer e descanso, tudo muito limpo e bem cuidado.
Todos ali tem uma história. E todos os funcionários conhecem essas histórias e compreendem as particularidades de cada caso. Como por exemplo um típico vira-lata amarelo, enorme, que foi resgatado por ter mordido oito pessoas na rua. Para esses casos, o protocolo é claro: eutanásia. Mas assim que chegou ao canil, o veterinário Marcos percebeu que não se tratava de um cão agressivo. Resolveu observar o comportamento dele por alguns dias e viu que o cão era extremamente dócil. Ficava apenas descansando na sombra de uma enorme mangueira que existe por lá. Depois, descobriu-se que ele tinha mordido as pessoas tentando defender a casa de uma senhora, que tratava dele na rua. No fim das contas, estava apenas sendo protetor. O cão fugiu do destino triste e agora é um morador permanente do local. E como disse Seu Geraldo, o ajudante geral do local “Ele só precisava de carinho. Hoje é meu melhor amigo”.
Outra que me marcou foi a Antônia. Ela sofria maus-tratos do seu antigo tutor, tendo chegado ao canil “pele e osso” como contam os funcionários. Quando cheguei perto dela pra fazer amizade e tirar algumas fotos, ela imediatamente se deitou de barriga pra cima, ficando totalmente rendida. Eu não imagino como uma pessoa pode maltratar qualquer animal, ainda mais um tão dócil e amoroso como a Antônia, que mesmo tendo passado por tudo que passou, ainda confia nos humanos de forma incondicional.
Fui embora com uma sensação boa, por saber que aqueles cães que já sofreram tanto encontraram ali pessoas que se dedicam por eles. É óbvio que o ideal é que cada um seja adotado e encontre uma família para cuidar de todas as suas necessidades. Como disse a auxiliar Michele “Eles são prisioneiros sem crime”. Mas enquanto esse dia não chega eu tenho a certeza que estão todos sendo muito bem cuidados.
Gabe Teixeira