De uns anos pra cá, o meu processo de ilustração é quase 100% digital. A praticidade e fidelidade das ferramentas disponíveis hoje em dia fizeram com que eu me rendesse à modernidade. Os prazos apertados e a necessidade de correções dos trabalhos também foram determinantes nessa decisão.
Mas isso não significa que eu tenha abandonado totalmente o papel e a tinta. Afinal, foram quase 30 anos desenhando dessa forma, até a Cintiq tomar o lugar da prancheta. Esse tipo de relação não se perde da noite para o dia.
Na parte dos esboços, por exemplo, eu gosto sempre de experimentar no papel, testando e errando, sem me preocupar com o resultado final. Essa liberdade faz com que as ideias fluam melhor, saiam da cabeça e se tornem reais, palpáveis. Sem a tentação do Ctrl+Z para corrigir cada traço fora do lugar, parece que as ideias vêm mais a tona. E ficam todas ali, visíveis, para serem analisadas e escolhidas para a versão final.
Depois, faço um segundo esboço digital. Hoje eu utilizo o software Clip Studio Paint, que indico principalmente para quem trabalhe com quadrinhos. Ele possui uma diversidade muito grande de funcionalidades voltadas para essa mídia.
Depois de todas as páginas devidamente esboçadas, partimos para a arte final, que antes era feita no nanquim, e hoje também faço no digital. Nesse aspecto o CSP também é muito útil!
Mas esse assunto fica pra semana que vem.
Gabe Teixeira.